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Crise exist

Derly Gorski
* Pastor e Jornalista

Se você leu o primeiro artigo com o mesmo título deste, certamente ficou inteirado quanto à importância da aceitação de si mesmo para encontrar sabedoria, força e coragem ao enfrentar um momento de crise que possa envolver sua integridade pessoal.

Superar uma crise sempre é uma tarefa que exige uma visão clara do problema. Para isso você precisa de sabedoria e esta é a percepção justa dos fatores que estão causando seu desconforto. Isso envolve um processo de análise que requer concentração. Considerando a complexidade que pode levá-lo ao desânimo, a sugestão de se buscar o conselho divino jamais deveria ser descartada. Aliás, a recomendação da Escritura Sagrada se encaixa perfeitamente neste contexto. Leia a seguir a orientação que encontramos em Tiago 1:2 a 8 na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, mas ao ler as palavras em destaque lembre-se do que estamos abordando, ou seja: crises, problemas, dificuldades. Siga adiante:

“Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada! Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos. Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer”.

Se sabedoria é imprescindível para identificar dos fatores que estão causando a crise, também a força e a coragem para enfrentá-la são indispensáveis, principalmente quando se trata de uma crise existencial, relacionada com nossa própria identidade, ou seja, problemas relacionados com o nosso próprio “eu”. É bom que fique claro que todos podemos enfrentar esse tipo de problema, não importa qual a idade, no entanto parece ser maior quando ocorre no período da adolescência e juventude, fase essa em que existe uma abundância de energia, mas escassez de experiência.

Na adolescência o indivíduo atravessa uma fase importante caracterizada pela busca de auto-afirmação, uma realidade da qual ninguém escapa. E muitos, ao atravessar por essa fase, enfrentam momentos difíceis quando, por lhes faltar orientação, sentem-se inseguros, experimentando uma sensação desagradável de se encontrarem meio perdidos.

Infelizmente, isso também pode acontecer com adultos e, à semelhança dos adolescentes, se não obtiverem orientação que os faça voltar a ponto de equilíbrio, acabam sofrendo traumas emocionais os mais diversos. Sofrendo a influência negativa de uma crise mal administrada, é natural que sua maneira de ser e de se comportar sofra alterações. Claro, porém, que adolescentes e jovens levam a pior nessa crise de identidade. Daí a necessidade de melhor conhecimento das características dessa difícil situação a ser enfrentada.

Consideremos o que pode acontecer como resultado de uma crise de identidade. Obviamente, ela ocorre devido a influências dos mais variados fatores que acabam afetando a auto-estima da pessoa, levando-a a sentir vergonha de si mesma e, ás vezes, até uma certa raiva. Também é possível que não confie em sua própria capacidade, tornando-se insegura para tomar uma decisão diante de uma encruzilhada da vida.

A situação pode ficar mais grave ainda quando, nessa fase, o indivíduo perde o senso de referência quanto aos valores que tornam a vida digna de ser vivida. É claro que em tais circunstâncias seja facilmente influenciado pelo meio social do qual faz parte. A mídia também pode influenciar de forma negativa, pois em tal situação seu critério seletivo pode estar afetado, lendo, ouvindo ou assistindo programas que em nada contribuirão na formação de seu caráter. (Mas isso é assunto para nossa página de Comunicação). Continuando, sendo facilmente influenciado passa a agir de forma imitativa e assim perdendo sua autenticidade, tão importante e necessária para nossa auto realização pessoal.

Vamos então reforçar o conceito de identidade já discutido no artigo anterior. Para tornar as coisas mais simples, poderíamos dizer que identidade pessoal é o conjunto de características únicas e exclusivas que nos tornam diferentes dos demais seres humanos. Temos então o nome, idade, o corpo, quem sabe, alguma deficiência física, temos o sexo, o estado, a profissão, “gostos e desgostos”, enfim, uma porção de detalhes que nos são próprios e de mais ninguém. É isso tudo que nos dá o sentido de unidade e continuidade interior que, a despeito do tempo que passa, perdura através dos anos até a velhice, não importando as circunstâncias pelas quais venhamos a passar. Continuamos a ser nós mesmos.

O conceito de identidade pessoal ganha mais força ainda quando conseguimos desenvolver o processo de aceitação própria, associado à capacidade de aceitarmos um sistema de valores equilibrado e sadio. Quando isso acontece, somos agraciados com uma visão correta do mundo em que vivemos o que, com certeza será uma excelente contribuição para uma agradável qualidade de vida. Em tal estado de espírito, viveremos bem conosco mesmo, como também e, especialmente, com as pessoas com quem nos relacionarmos.

Considerando que todo, em maior ou menor intensidade, enfrentamos essas crises, importa que tenhamos uma visão esclarecida de nossas possibilidades e uma aceitação realista de nossas limitações de modo que possamos desenvolver uma auto-estima sadia e equilibrada, através da qual o desenvolvimento da autoconfiança nos permita segurança para as importantes decisões que a vida sempre impõe aos que desejam ser vencedores.

Na brochura “Lição da Escola Sabatina”, do primeiro trimestre de 2007, que direciona o estudo para o livro bíblico de Eclesiastes que, por sua vez trata de assuntos relacionados com a vida do ser humano neste mundo, à página 87, lemos o seguinte: “Um escritor russo, Andrei Bitov, explica um momento original em sua vida: ‘Aos 27 anos de idade, enquanto me encontrava no metrô em Leningrado, fui tomado por um desespero tão grande que a vida pareceu parar de vez, bloqueando a visão do futuro, deixando-o sem qualquer significado. De repente, sem qualquer motivo, surgiu um pensamento: Sem Deus, a vida não tem sentido algum. Repetindo-o atônito, subi as escadas rolantes, saí do metrô em direção à luz de Deus, e continuo vivendo’." – Citado em Ravi Zacharias, Can Man Live Without God?, pág. 59.

“O livro de Eclesiastes pode ser resumido pela expressão: "Sem Deus, a vida não tem sentido". Mas isso pode ser lido de duas maneiras, não só que se não existisse Deus, a vida não teria sentido, mas que se vivermos sem Deus, sem reconhecê-Lo ou aos Seus mandamentos, a vida não tem sentido”.

“Isso porque, entre outras razões, a morte está sempre à nossa espera para nos tragar no esquecimento. Sem resposta para a morte, não pode haver resposta para a vida, e essa resposta só é encontrada em Jesus, que derrotou a morte, e com essa vitória nos oferece o que não podemos obter em nenhum outro lugar. ‘Sem Mim’ disse Jesus, ‘nada podeis fazer’ (João 15:5), e isso inclui alguma razão boa para a existência”. Assim, se você realmente deseja viver “de bem com a vida”, deve primeiro compreender o seu valor, e esse processo de conhecimento e valorização do próprio “eu” deve começar com a contemplação de Jesus, que na cruz do Calvário deu Sua vida por você, por mim e por todos os seres humanos. Nessa visão da cruz compreenderemos o nosso valor aos olhos de Deus.
Assim, se por acaso você está passando por momentos difíceis confie no Pai de amor e diga com o apóstolo Paulo: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece”. (Filipenses 4:13).

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